domingo, 20 de março de 2011

lo spettacolo

Ela sempre achou que sua vida era tranquila, do jeito que queria.
Tinha o que queria, (achava que) amava seus amigos, parentes, namorados etc.
Era feliz, sempre fazendo o que os outros diziam o que era o melhor.
Não corria atrás do que queria, nem de suas vontades nem esperanças.
Às vezes queria, mas voltava a não pensar naquilo para não querer ter forças e ir atrás.
Vivia na comodidade, no médio-termo.
E achava que tudo aquilo era o melhor...

Mas, como tudo um dia vem a se revelar, ela percebe que nada que fizera foi de fato sua vontade.
Sentiu que era uma outra pessoa vivendo a sua vida.
Percebeu que ficava sempre nos bastidores de seu próprio espetáculo de viver.
Ela sabia que um dia precisaria de sentir, tomar as rédeas de sua própria peça.
Sabia que teria que sair de trás das cortinas, ou de aplaudir a trama de si mesma vivida por outra pessoa que não ela.
Ela teria sim que atuar, agir, sentir, emocionar-se e emocionar.
Sentir aquilo de fato, largar mão de criticar ou apenas assistir.

E Ela sabia sim, que deveria sair e brilhar, porque ninguém vive se não agir, atuar.
Pra quando o fim chegar ela poder olhar pra trás e saber que sentiu, amou, chorou, alcançou.
Viveu.

Cresce, vive, brilha, atua.
Pois que o espetáculo da vida é único e precioso demais para não ser aproveitado.